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Mudámos para a Rádio Radar

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Devido a um acesso de loucura do Ricardo Guerra, diretor da Radar (e da Oxigénio), este blogue virou rubrica de rádio.  Vão poder ouvir-me em 97.8. Às 7h15, 11h15, 17h15 e 21h30, todas as segundas-feiras .  Querem pior maneira de começar a semana? Podem ainda acompanhar no site da Radar ( https://radarlisboa.fm/a-vida-pouco-secreta-das-marcas/ ) ou ouvir o podcast no Spotify:  Spotify - A Vida Pouco Secreta das Marcas  

Rudolph era um brinde promocional

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Rudolph, a famosa rena de nariz vermelho do Pai Natal, é, na realidade, uma criação da cadeia de lojas Montgomery Ward.  Aparece, em 1939, num livro que era dado aos clientes como brinde promocional. O seu criador foi Robert L. May que, na altura, era copywriter da Montgomery.  Foto de Nati Melnychuk no Unsplash

O traseiro da Ford

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A Ford usa um traseiro robótico para testar os assentos dos seus automóveis. O nome não podia ser mais apropriado: Robutt. Resta saber se será primo do RoboCop. Para aqueles que são como São Tomé – ver para crer – fica aqui um vídeo do rabo robótico em ação: https://www.youtube.com/watch?v=NFmwSBPeuvQ Foto de Yunus Yildiz no Unsplash

O desodorizante de Kurt Corbain

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"Smells Like Teen Spirit" é uma das canções mais emblemáticas da banda norte-americana Nirvana e terá já um lugar de destaque na história da música. O curioso é que a canção nasce após Kathleen Hanna, na altura vocalista da banda Bikini Kill e amiga de Kurt, ter grafitado na parede "Kurt Smells Like Teen Spirit". Cobain interpretou a frase como tendo um significado figurativo, mas esta era, na verdade, literal. O que Hanna pretendia dizer era que Cobain cheirava a um desodorizante chamado Teen Spirit, que a sua namorada, Tobi Vail, usava. Cobain afirmou mais tarde que não fazia ideia que Teen Spirit era uma marca de desodorizantes e que só descobriu o facto meses depois de a canção ter sido lançada. O desodorizante Teen Spirit foi lançado pela Mennen no início de 1991 e tinha como público-alvo as adolescentes. As vendas dispararam com o aparecimento da canção dos Nirvana e, quando a Mennen foi adquirida pela Colgate-Palmolive, em 1992, a marca Teen Spirit er

A Nintendo faz jogos há mais de 130 anos

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A Nintendo, sediada em Quioto, no Japão, é responsável por uma série de lançamentos que fizeram história no mundo dos jogos; quer no hardware , com as consolas Nintendo e Wii, quer no software , com jogos como o Super Mario e o Pokémon. É, atualmente, uma das marcas mais fortes deste mercado. Curioso é que a Nintendo foi fundada em 1889, pelo artesão Fusajiro Yamauchi, e originalmente fazia um jogo tradicional de cartas japonês – o Hanafuda. Ou seja, não só a empresa tem mais de 130 anos, como se mantém no negócio dos jogos desde essa altura.  Já agora, a Nintendo entrou no mercado de jogos eletrónicos na década de 70 do século passado . Foto de Jason Leung no Unsplash

A cola que não colava

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Em 1968, Spencer Ferguson Silver, um químico norte-americano, estava a tentar desenvolver uma cola para utilizar na construção de aeronaves, mas o resultado foi, aparentemente, um enorme falhanço: o produto resultante era um adesivo leve, mas pouco pegajoso. Ou seja, era uma cola que colava mal. Alguns anos mais tarde, o seu colega Art Fry, que cantava num coro e por isso necessitava de ter marcadores no livro para aceder rapidamente às diferentes canções, enfrentava o problema de que esses marcadores estavam constantemente a escorregar e a cair. Colá-los com fita cola, por exemplo, não era uma solução, porque depois, ao arrancá-los, danificava o livro. Art Fry precisava de um marcador com uma cola que colasse mal. E foi assim que, juntando a necessidade de um e o produto do outro, foi lançado, em 1977, o Post-it. O que também nos mostra como o falhanço é algo muito relativo.   Foto de Nathália Rosa no Unsplash

O kiwi era comunista?

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Antes de 1959, os kiwis eram conhecidos como “groselha chinesa”. O fruto é originário da China e foi introduzido na Nova Zelândia em 1904, país que o tornou mundialmente famoso. Os produtores neozelandeses resolveram mudar o nome para dissociar o fruto do país comunista, durante a Guerra Fria. O nome kiwi provém da ave nacional neozelandesa. O nome é das variáveis mais importantes na formação da identidade de uma marca e, independentemente da nossa opinião, os produtores neozelandeses mostraram que tinham essa consciência. Não por acaso, a verdade é que, ainda hoje, boa parte das pessoas acha que o fruto é originário da Nova Zelândia. Foto de Lesly Juarez no Unsplash  

Sabe porque é que existe YouTube? A culpa é de um mamilo da Janet Jackson

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O YouTube nasce oficialmente a 14 de fevereiro de 2005, quando o Chad Hurley, Steve Chen e Jawed Karim - que se conheceram quando trabalhavam na PayPal - registaram o domínio youtube.com. O primeiro vídeo do YouTube, intitulado “Me at the zoo”, publicado em 24 de abril de 2005 (ou 23 de abril, se for considerado fuso horário PDT), mostra o co-fundador Jawed Karim no Zoológico de San Diego e ainda pode ser visto aqui: https://www.youtube.com/watch?v=jNQXAC9IVRw Ora, exatamente de acordo com Jawed Karim, o YouTube foi inspirado pela dificuldade de encontrar vídeos online sobre a atuação de Janet Jackson e Justin Timberlake na Super Bowl, onde foi exposto um mamilo da cantora. À boa maneira norte-americana, o caso, que ficou conhecido como “wardrobe malfunction” ou “nipplegate”, até deu origem a um documentário para tentar descobrir se a situação tinha sido programada.  Atualmente, o YouTube é a rede de partilha de vídeos mais popular do mundo, com mais de 4 mil milhões de víde

Sabe quem compra um quarto das avelãs do mundo?

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A Ferrero compra um quarto da produção de avelãs do mundo, todos os anos. O destino não será grande surpresa: a produção de Nutella.

A Coca do Fernando

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Serão poucas as pessoas que nunca ouviram falar do famoso slogan criado por Fernando Pessoa para a Coca-Cola: "Primeiro estranha-se, depois entranha-se". Muitas ainda contarão a história de que a famosa frase nunca terá visto a luz do dia, por causa da oposição de Salazar e de Ricardo Jorge à bebida norte-americana de composição suspeita. A história da relação entre Fernando Pessoa e a Coca-Cola ficará agora ainda mais conhecida, e muito mais clara, em virtude de um fabuloso artigo publicado na edição do jornal "Expresso" desta semana. Para quem se interessa pela História da Publicidade, a verdadeira pérola está, no entanto, num pequeno anúncio que o artigo divulga - publicado, em 1927, no Diário de Lisboa. É a prova de que o anúncio da Coca-Cola chegou a ser publicado e, curiosamente, com uma redação diferente. "No primeiro dia: Estranha-se. No quinto dia: Entranha-se." Foto: Pormenor de imagem do "Diário de Lisboa", Fundação Mário Soares /

Amazing Amazon?

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Entregando, por dia, cerca de 1,6 milhões de encomendas e gerando milhares de milhões de dólares, a Amazon é quase sinónimo de comércio eletrónico. No entanto, a verdade é que, atualmente, quase três quartos dos lucros da empresa vêm de… cloud computing; ou seja, 74% dos cerca de 24,8 mil milhões de dólares.  Nestas coisas das marcas, tal como na vida, nem sempre o dinheiro está onde parece estar.   Foto de Daniel Eledut no Unsplash

Coca-Cola Time?

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 A revista “Time”, que é claramente uma das marcas mais fortes na área dos media, foi fundada por Briton Hadden e Henry Luce. Hadden e Luce consideravam que os norte-americanos estavam mal-informados e resolveram criar uma revista que resumisse as notícias da semana. A primeira edição da Time foi publicada em 3 de março de 1923, com Joseph G. Cannon, da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos da América, na capa. Sem grande surpresa, a Coca-Cola é a primeira marca a ser capa da revista, a 15 de maio de 1950.

O importante é o amor?

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Há relativamente pouco tempo falámos do fim do iPod ( Crónica de uma morte anunciada. Ou não ) e foi curioso perceber como existe um número grande de pessoas a quem este produto da Apple deixa saudades. Quem parece estar quase no polo oposto é o Internet Explorer.  O famoso navegador foi descontinuado oficialmente a 15 de junho, depois de mais de 25 anos a servir os utilizadores da Internet, mas o seu fim foi noticiado, essencialmente, por causa de uma lápide sarcástica feita por um engenheiro informático sul-coreano. Na lápide, pode ler-se a seguinte frase: "Era uma boa ferramenta para fazer download de outros browsers". É interessante verificar como mesmo as marcas que deixam marcas são recordadas de forma completamente diferente, de acordo com o facto de terem sido ou não amadas.  Ou seja, a resposta ao título desde post , por muito piroso que possa parecer, é sim. No branding e na vida.   Foto do site "Notícias ao Minuto"

A melhor maneira de ouvir mentiras é fazer perguntas?

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Um estudo recente do Reuters Institute revelou as marcas na área da informação digital em que os portugueses mais confiam. O Correio da Manhã é, curiosamente, o último da tabela. Digo curiosamente porque, tendo em atenção as audiências que o CM habitualmente tem, percebe-se assim que grande parte dos portugueses lê, vê e segue uma marca em que aparentemente confia pouco.  Das duas uma: ou há muita gente a confundir informação e entretenimento; ou então, como diz um grande amigo e mestre, "a melhor maneira de ouvir mentiras é fazer perguntas".  Que é outro modo de dizer que os estudos clássicos falham muitas vezes em mostrar o que as pessoas realmente sentem, revelando, em grande parte, o que elas acham que devem dizer que sentem. Foto de Taras Shypka on Unsplash

O McDonald’s russo e as rações para animais de Barcelos

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No seguimento da invasão da Ucrânia, a cadeia norte-americana McDonald´s anunciou a venda dos seus restaurantes na Rússia. A nova cadeia já começou a reabrir as lojas, com um novo logótipo. Até aqui tudo normal, nesta nova anormalidade que vivemos. O facto curioso é que o novo símbolo gráfico é muito semelhante ao de uma empresa de Barcelos – a Matosmix –, que produz rações para animais. O McDonald’s russo chama-se “Vkusno & tochka”, que quer dizer algo como saboroso e no ponto. A Matosmix não está muito contente com o assunto e já informou que o seu departamento jurídico está a analisar o caso. Agora só falta mesmo aparecer um Kentucky Fried Chicken russo que use o Galo de Barcelos. Símbolo gráfico russo Símbolo gráfico da Matosmix

A Samsung vendia esparguete?

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A Samsung, que é hoje uma das maiores marcas em termos de tecnologia, quando foi fundada, em 1938, por Lee Byung-Chull, era uma mercearia. No jogo das marcas, tal como noutras competições, não é como começa… é como acaba. Já agora, Samsung significa três estrelas.  Foto de Kote Puerto no Unsplash

Crónica de uma morte anunciada. Ou não.

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No início do mês passado, foi anunciada a morte do iPod. É verdade, a Apple descontinuou o seu famoso leitor de música. Mas será que ele morreu mesmo? Camões falava daqueles que “por obras valerosas  se vão da lei da morte libertando” - os que deixam legado. O iPod deixa. Na linguagem, deixa-nos o termo podcast, que surge exatamente da junção de “iPod” com “broadcast”.  E não fica por aqui. Sem iPod, os smartphones dificilmente seriam aquilo que são hoje; mas, acima de tudo, o iPod teve a capacidade de mudar o modo como ouvimos música, alterando por completo o paradigma desta indústria.  Goste-se ou não, o iPod deixa marcas na história. Por isso, tal como Mark Twain, o iPod pode reclamar que as notícias acerca da sua morte são claramente exageradas. Photo by Christine Sandu on Unsplash

A Cola tem Coca?

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Aquando do anúncio de que iria ser o novo dono do Twitter (situação que se encontra atualmente num impasse), Elon Musk fez um tweet, a brincar, dizendo que a seguir iria comprar a Coca-Cola para voltar a colocar-lhe cocaína. A verdade é que "Coca-Cola" era, na sua origem, um nome descritivo. Sim, a bebida continha um extrato da folha de coca e de noz de cola. Recorde-se que a bebida inventada pelo farmacêutico John Pemberton, em 1886, tinha como objetivo combater a fadiga e apenas mais tarde se posicionou como refrigerante. Resta apenas deixar claro que a cocaína já não faz parte da composição da Coca-Cola; apesar de a bebida ser aromatizada com um extrato da planta da coca - mas é um extrato não narcótico. Assim, aqueles que já estavam a pensar ir a correr comprar Coca-Cola para terem uma experiência "diferente" terão que procurar noutro sítio. Foto de Monica Silva no Unsplash

Ao contrário do dinheiro, a Aspirina nasce nas árvores?

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A Aspirina é um dos medicamentos mais utilizados e mais conhecidos no mundo. A história deste medicamento já tem alguns milhares de anos, quando se descobriu que o pó extraído da casca e das folhas do salgueiro era capaz de aliviar as dores e diminuir a inflamação. Estes efeitos devem-se à presença de uma substância chamada salicilina. É desta salicilina que se obtém o ácido salicílico, que representou um sucesso no combate às dores, mas que tinha um sabor bastante amargo e causava dores de estômago. A descoberta do ácido acetilsalicílico (o princípio ativo da Aspirina) dá-se em 1897, quando Felix Hoffmann procurava uma alternativa que fosse mais bem tolerada pelos doentes, pois o pai sofria de reumatismo crónico, que combatia diariamente com ácido salicílico, mas que lhe causava problemas de estômago e deixava um sabor muito desagradável na boca. Curiosamente, apesar de ter a sua origem na natureza, o ácido acetilsalicílico é o primeiro composto sintetizado em laboratório. Em

Um em cada 10 europeus é concebido numa cama Ikea?

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Um artigo do “The New York Times” referia que um em cada 10 europeus seria concebido numa cama Ikea . A verdade é que ninguém sabe a verdade desta estatística e a própria empresa não tem dados certos sobre o assunto. No entanto, tendo em atenção o sucesso da marca, não é de estranhar que um número gigantesco de europeus seja realmente concebido numa cama Ikea – em casa e não na loja, espera-se. Do que talvez ainda resulte que, a médio prazo, a história da cegonha que trazia os bebés de Paris tenha de ser substituída por uma cama que vem da Suécia.  Foto de  billow926 on Unsplash

A garrafa de Coca-Cola e o papel higiénico

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A garrafa da Coca-Cola é um dos ícones incontornáveis desta marca. Chama-se “Contour” e foi criada em 1915 por Earl Dean, que ganhou um concurso entre engarrafadores americanos da Coca-Cola. A proposta de Earl Dean foi escolhida por cumprir os requisitos: a garrafa devia ser curvilínea e facilmente reconhecível mesmo no escuro ou partida. Há alguns anos, era habitual encontrar-se nas casas de banho públicas pedaços de jornais a fazerem a função de papel higiénico. Lembro-me de alguém me dizer que, se o design de um jornal fosse realmente bom, as pessoas saberiam, independentemente do tamanho do pedaço de papel, a que publicação estavam a limpar o traseiro. No fundo, qualquer uma destas histórias aponta para um fator muito importante na gestão de uma marca: os seus símbolos de identidade devem ser únicos.  Foto de  Taras Chernus  on  Unsplash